segunda-feira, 21 de março de 2011

Santificação


Através de toda a Bíblia, a santificação tem sido um elemento
essencial na relação entre Deus e seu povo. Esta qualidade de ser
separado do pecado é uma característica fundamental da santidade de
Deus, que tem que ser desenvolvida como parte do caráter de seus
filhos. Depois de observar brevemente a importância da santificação
através de toda a Bíblia, consideraremos as implicações de um texto
desafiador na segunda carta de Paulo aos cristãos em Corinto.

Deus Quer um Povo Santo

Desde a criação, Deus quis um povo santo. Ele desejou uma comunhão
especial com os homens que fossem capazes de andar com ele e falar com
ele numa união especial. Mas a própria natureza de Deus estabelece
limites para tal associação. Seu caráter santo não pode permitir ser
contaminado pelo pecado e pela corrupção. Os homens só podem estar na
sua presença se forem puros.

Adão e Eva andavam no mesmo jardim que Deus, e falavam com ele. Mas
logo pecaram e perderam esta convivência especial. Foram expulsos do
jardim do Éden ­separados de Deus­ o que foi a morte espiritual que
Deus havia prometido como conseqüência do pecado (Gênesis 2:17;
3:23-24). Povo sem santidade não podia permanecer na presença do santo
Deus.

Depois que gerações de pecadores morreram num mundo corrompido, Deus
escolheu os descendentes de Abraão para serem um povo santo. Ele os
separou da má influência dos senhores egípcios e preparou uma terra
onde poderiam habitar livres da corrupção dos povos idólatras. Ele até
mesmo lhes deu uma lei especial, que ressaltava a distinção entre o
puro e o impuro. Deus explicou a necessidade da pureza deles quando
lhes deu essa lei:

"Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis
santos, porque eu sou santo. . . Eu sou o Senhor, que vos faço subir
da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis
santos, porque eu sou santo" (Levítico 11:44-45).

Contudo, o povo que Deus havia selecionado excepcionalmente e
resgatado não permaneceu santo. Os israelitas repetidamente exibiram
seu pecado aos olhos de Deus. Ele às vezes avisou que poderia entrar
no meio da congregação pecaminosa e destruir o povo (Êxodo 33:5;
Números 16:44-45). Por quê? Simplesmente porque não pode haver
comunhão entre a santidade de Deus e a impureza do homem. O homem tem
que ser purificado, ou morrerá (veja Isaías 6:1-7).

Deus ainda quer um povo santo, e providenciou, através de Cristo, o
meio de purificar os pecadores para servirem-no. Os cristãos são o
povo santo de Deus (1 Pedro 2:5,9). Aqueles que se dizem ser
seguidores de Jesus deverão conduzir-se como um povo santificado e
purificado da impureza do mundo.

A Santificação é Essencial para ter Comunhão com Deus
(2 Coríntios 6:14 - 7:1)

A igreja em Corinto estava rodeada de imoralidade e falsa religião. Os
cristãos eram freqüentemente tentados a voltar às más práticas do
mundo. Paulo entendeu esta tentação quando lhes escreveu cartas de
encorajamento. Consideremos seu ensinamento em 2 Coríntios 6:14 - 7:1.

Paulo ensinou que o pecado não tem lugar na vida do cristão. Nos
versículos 14 e 15 ele disse:

"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que
sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão,
da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que
união, do crente com o incrédulo?"

Encontramos nestes versículos uma lista de coisas que são totalmente
opostas. Paulo não encoraja a nenhum tipo de compromisso. Ele não nos
diz que um pouco de mal pode coexistir com a justiça. Em vez disso,
mostra que não pode haver nenhuma tolerância do pecado na vida de um
cristão. Os cristãos pecam (1 João 1:8,10), mas temos que admitir
esses erros e procurar o perdão de Deus para manter a comunhão com ele
(1 João 1:9; 2:1).

Certas religiões e filosofias orientais ensinam que o bem tem que ser
contrabalançado pelo mal e que cada bem é manchado por alguma
quantidade de mal. Tais idéias contradizem frontalmente o ensinamento
da Bíblia. Bem e mal são distintos e não podem existir em harmonia. Os
discípulos de Cristo não podem comprometer-se com o erro.

Esta santificação é baseada em nossa relação com Deus. Paulo continuou
nos versículos 16 a 18 a dizer que a base para esta santificação é
nossa relação com Deus. Nestes versículos, ele usa a linguagem das
passagens do Velho Testamento para mostrar que Deus ainda deseja um
povo santo:

"Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós
somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e
andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por
isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não
toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós
sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso."

O desejo básico de Deus permanece inalterado. Ele quer ter íntima
comunhão com seu povo santo. Mas um Deus puro não pode ter amizade com
pecado; portanto, temos que separar-nos do mal e da impureza. Mas,
para que não vejamos isto como uma tarefa desagradável de renúncia,
teremos que nos lembrar do grande privilégio que é descrito aqui,
especialmente no versículo 18. O Deus Todo-poderoso do universo, nosso
grande Criador e Redentor, quer ser nosso Pai. Os cristãos têm imenso
privilégio de serem chamados filhos e filhas do próprio Deus!

Que faremos para aproveitar desta abençoada amizade com Deus? O
primeiro versículo do capítulo 7 oferece a conclusão prática desta
passagem:

"Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifi-quemo-nos de toda
impureza, tanto da carne como do espírito, aper-feiçoando a nossa
santi-dade no temor de Deus."

Por causa do grande privilégio de sermos chamados filhos e filhas de
Deus, temos que nos purificar de toda impureza. Não apenas 50%, 90% ou
99% do pecado, mas de toda imundície.

Por quê? Por causa de nosso respeito a Deus. Ele merece nosso serviço
de santificação.

Temos que ser limpos de que tipos de impureza? Paulo menciona duas
amplas categorias de pecado que têm que ser expurgadas de nossas
vidas:

Impureza da carne. Isto incluiria todas as formas de imoralidade e
mundanismo. Pecados sexuais, embriaguez, desonestidade e todas as
outras características da carne têm que ser abandonadas. Pessoas que
praticam tais coisas não terão permissão para entrar na eterna
comunhão com Deus (veja Gálatas 5:19-21; 1 Coríntios 6:9-11;
Apocalipse 21:8).

Impureza do espírito. Impureza espiritual e religiosa também têm que
ser removidas de nossas vidas. Os cristãos em Corinto estavam rodeados
pela idolatria, por isso Paulo usou este exemplo específico. Estamos
rodeados de uma variedade de doutrinas humanas e filosofias, práticas
de espiritismo, adoração de santos e de imagens, etc. O verdadeiro
cristão não pode continuar a participar de tais práticas impuras.
Temos que limpar-nos de qualquer mal deste tipo (1 Coríntios 10:14),
adorando somente a Deus (Mateus 4:10). Nossa adoração a Deus tem que
ser de acordo com sua verdade (João 4:24). Sem nos santificar, não
teremos comunhão com o Senhor que morreu por nós.

Aplicações em nossa Sociedade

Vivemos num mundo que tem sido manchado, por milhares de anos, pelo
pecado. Estamos rodeados por violência, pornografia, desonestidade e
falsa religião. Deus não pretende que nos isolemos deste mundo (João
17:14-21), mas que fujamos dos seus pecados (1 Timóteo 6:11) e
brilhemos como luzes num mundo de trevas (Mateus 5:14-16). Nunca foi
fácil viver como povo santificado num mundo de corrupção e injustiça,
mas é possível. Jesus provou isso durante uma vida de pureza sem
pecado. É nossa responsabilidade seguir seus passos:

"Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo
sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus
passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua
boca" (1 Pedro 2:21-22).

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