quinta-feira, 30 de junho de 2011

Atenção especial ao Top 10


1. Coréia do Norte
A Coréia do Norte tem liderado a Classificação de países por perseguição nos últimos sete anos consecutivos.
O dia-a-dia dos cristãos do país continua extremamente difícil. A fronteira entre a China e a Coréia do Norte
está praticamente fechada, tudo e todos que entram ou saem do país são rigidamente verificados. Como
sempre, as atividades ocorrem secretamente. O número de pessoas sentenciadas a campos de trabalhos
forçados ou prisões aumentou em relação a 2007. A Coréia do Norte está fechando as portas e os cristãos são
perseguidos constantemente. Eles sofrem imensamente, já que não há permissão para ser cristão no país. A
liberdade religiosa genuína não existe de maneira alguma. A constituição é firmemente baseada na ideologia
do kimilsonguismo. O regime da Coréia do Norte acredita que entrará em colapso se não conseguir impedir
a expansão do cristianismo.


2. Arábia Saudita
Na Arábia Saudita, país dirigido pela sharia, a deplorável situação de liberdade religiosa permaneceu
praticamente inalterada em 2008. Recebemos mais informações de incidentes contra cristãos, o que levou
a um aumento na pontuação. Para o reino saudita, sob a interpretação rigorosa da lei islâmica, a apostasia
(conversão a outra religião) deve ser punida com a morte, se o acusado não desistir de sua nova crença. Para
os cristãos ex-muçulmanos, há ainda um grande risco de assassinato por honra, se sua família ou ambiente
social descobrir sua nova fé. Em 2008, houve um relato confirmado de assassinato por honra de um convertido
ao cristianismo por sua própria família. A adoração pública de não-muçulmanos é proibida na Arábia Saudita.
Os adoradores não muçulmanos que se engajam em tais atividades correm o risco de serem detidos,
presos, espancados, deportados, e até torturados. Recebemos mais notícias de cristãos presos por causa do
envolvimento com atividades religiosas do que em 2007.


3. Irã
Em 2008, o Irã e a Arábia Saudita tiveram o mesmo número final de pontos. Como a Arábia Saudita teve
uma pontuação maior em 2007, foi decidido que ela ficaria posicionada em segundo lugar e o Irã em terceiro.
O aumento da pontuação no Irã se deve a alguns incidentes graves relacionados com os cristãos. Foram
realizados ataques violentos contra as igrejas domésticas no ano inteiro, marcando o ano de 2008 como o
pior ano para os cristãos desde a Revolução Islâmica de 1979. No total, nesse país que é constituído de uma
sociedade considerada a mais repressiva do mundo, foram registradas mais de 50 prisões de cristãos por
causa de sua fé. Um casal morreu após ser interrogado por oficiais do governo, devido aos ferimentos e a pressão que sofreram enquanto estavam presos. O islamismo é a religião oficial do Irã, e todas as leis e regimentos devem estar firmemente baseados na interpretação oficial da lei sharia. Embora os cristãos sejam
reconhecidos como uma minoria religiosa, que teria que ter seus direitos de liberdade religiosa garantidos, eles sofrem prisão, violência física, ameaças e discriminação por causa de sua fé. Vivendo sob as interpretações legais da lei sharia, qualquer muçulmano que decida deixar o islamismo para abraçar uma nova
religião enfrenta a pena de morte. Formalmente, a corte poderia também sentenciar o acusado a prisão ou a alternativas como campos de trabalho forçado, mas em setembro de 2008, o parlamento iraniano pediu que o Código Penal fosse revisado, tornando a apostasia punível unicamente com a morte. As igrejas armenas e assírias tem permissão para ensinar cristãos estrangeiros - de seus respectivos países - em sua própria língua, mas são proibidas de ministrarem a pessoas com histórico islâmico (na língua persa). Muitos cultos são monitorados pela polícia secreta. Cristãos ativos nas igrejas ou que participam de movimentos de cultos domésticos estão sendo pressionados. São interrogados, detidos, presos e espancados. Os cristãos são oprimidos pela sociedade, pressionados pelas autoridades, e têm muita dificuldade de encontrar e manter um emprego, já que são rapidamente despedidos quando têm sua religião descoberta.


4. Afeganistão
A situação geral do Afeganistão continua difícil para os cristãos (na verdade, para não-cristãos também).
Para muitos, o dia-a-dia é uma luta por sobrevivência. A pressão do movimento talibã aumentou em 2008
e a situação do país é tensa. Todos que vivem fora das normas sociais enfrentam pressão. Não há nenhuma
igreja visível no país e é praticamente impossível ser ativo como igreja no Afeganistão. Continua difícil para os cristãos viver em uma república islâmica. A constituição declara o islã como a “religião do Estado” e  nenhuma lei pode ser contrária as crenças e provisões da religião sagrada do islã”. Os cristãos não possuem direitos no país e a atitude das autoridades diante deles é negativa. Eles enfrentam perseguição do governo quando são descobertos como seguidores de Cristo, mas a maior pressão vem da família e da rede de amizades. Cristãos locais enfrentam rejeição e perseguição de suas famílias devido a nova fé que  ncontraram. São expulsos de suas casas, após contarem às famílias sobre ela. Fazem parte também da dura realidade que vivem: constantes intimidações e ofensas verbais, espancamentos, perda de emprego, prisão e algumas vezes até a morte. O trabalho das ONGs cristãs tem sido dificultado cada vez mais e a segurança é um assunto primordial. Os seqüestros de trabalhadores de ajuda humanitária têm crescido grandemente.
Uma obreira cristã foi assassinada na capital, Cabul, porque de acordo com talibã, ela estava divulgando o
cristianismo no Afeganistão, o que é proibido pela lei do país. Apesar de todos os problemas, a igreja afegã
continua a crescer em todos os segmentos da sociedade.


5. Somália
Em 2008, houve uma piora considerável na liberdade religiosa da Somália e os muçulmanos conquistaram
mais influência. Muçulmanos insurgentes venceram as forças armadas do governo e dos etíopes e  ecuperaram o controle do sul e do centro da Somália, com exceção da cidade de Mogadishu. O governo provisório estava à beira de um colapso e a aliança estabelecida em Djibouti, para se opor a relibertação
da Somália (ARS), negociou a retirada das tropas etíopes em 2009. A luta entre as milícias somalis islâmicas e as forças etíopes supostamente levou a um aumento nas hostilidades contra os cristãos nos diversos países do Leste Africano que estão devastados pela guerra. Quatro professores cristãos, dois deles ex-muçulmanos
convertidos, foram assassinados por militantes islâmicos na região sudeste da Somália. No total, recebemos relatos de pelo menos dez cristãos assassinados por causa de sua fé no ano de 2008, alguns outros foram seqüestrados e algumas cristãs foram violentadas. O país não possui nenhum regimento legal ou artigo na
constituição que defenda a liberdade religiosa. O islamismo é a religião oficial e a pressão social para se respeitar a tradição islâmica é muito forte, especificamente em algumas áreas rurais do país. A maioria dos lugares usa de meios locais para resolver os conflitos, sejam meios seculares, de intermediação baseada nos clãs tradicionais ou pela lei islâmica sharia. Uma pequena parcela dos somalis étnicos é cristã, praticando a fé secretamente e vivendo sob condições extremamente perigosas.


6. Maldivas
No arquipélago das Maldivas, o islamismo é a religião oficial do Estado e todos os cidadãos devem ser
muçulmanos. A lei sharia é observada, portanto, a conversão do islamismo para qualquer outra religião é
proibida. A conversão pode gerar a perda da cidadania. A proibição da prática de qualquer outra religião é
considerada uma ferramenta importante para estimular a unidade nacional e manter o poder do governo.
Portanto, é impossível abrir qualquer igreja, mas os estrangeiros têm permissão para praticar sua religião
em particular - individualmente. Juntar-se a outros cristãos estrangeiros para adorar é também proibido. A
Bíblia e outros materiais cristãos não podem ser importados, os estrangeiros podem possuir uma cópia para
uso pessoal. No país, que é um dos menos evangelizados do mundo, há somente alguns cristãos nativos, que
podem ser contados com a mão, e eles exercem sua fé em um completo segredo por causa do forte controle
social feito por outros maldivanos. Não houve praticamente nenhuma melhora quanto a liberdade religiosa
em 2008, apesar de a nova constituição ter sido implementada e do país ter elegido um novo presidente,
Nasheed. Não houve relatos em 2008 de cristãos nativos que foram presos, exilados ou deportados do país.


7. Iêmen
A constituição iemenita garante a liberdade de religião, mas também declara que o islamismo é a religião
do Estado e que a sharia é a fonte de toda legislação. O governo iemenita permite que os exilados tenham
liberdade para viver sua fé, mas os cidadãos não têm permissão de se converterem ao cristianismo (ou a outras religiões). Os ex-muçulmanos convertidos podem enfrentar a pena de morte se sua fé é descoberta. Fazer proselitismo com muçulmanos é proibido. Os convertidos do islamismo encontram oposição das
autoridades e dos grupos extremistas, que tratam os “apóstatas” com a morte, se não se reconverterem ao islã. Em 2008, diversos convertidos foram presos, sofreram violência física e foram ameaçados somente por causa de sua fé. Não houve nenhuma grande mudança em relação à falta de liberdade religiosa para
os cristãos do Iêmen.

8. Laos
A igreja é relativamente pequena, mas continua a crescer (cerca de 200.000 cristãos, que em sua maioria fazem parte das etnias minoritárias). Não houve praticamente nenhuma melhora na liberdade religiosa em 2008 no país. As autoridades permitem uma presença limitada do cristianismo e colocam os cristãos sob rígida observação. De tempos em tempos, alguns são presos, muitos dos quais experimentam uma grande pressão física (tortura) e emocional para renunciarem sua (nova) fé. O regime limita o número de igrejas abertas e freqüentemente fecha igrejas, especialmente no interior. Os maiores desafios da igreja no Laos estão ligados à pressão social contra os convertidos que renunciam a adoração aos espíritos malignos e à percepção negativa do governo a respeito do cristianismo (da Igreja), como se fosse um meio pelo qual os EUA podem trazer mudança política ao país, transformando-o em uma “democracia”. O patriotismo dos cristãos é questionado. Eles têm sido acusados de não serem bons cidadãos. Houve um caso no qual alguns cristãos foram pegos com uma organização contrária ao governo clamando por um Estado independente com plena autonomia. Mas ainda existem diversas atividades não-registradas e a igreja parece estar crescendo apesar da perseguição. Em fevereiro de 2008, 58 cristãos foram presos em duas cidades da Província de Bokeo. Em março, oito pastores foram presos na fronteira, quando iam para uma série de treinamentos na Tailândia. Em julho, houve grandes incursões nas cidades de Boukham e Katin, sendo que pelo menos 80 cristãos foram presos. Apesar de a maioria deles já ter sido solta, um número desconhecido de cristãos ainda permanece preso.

9. Eritréia
A Eritréia é um novo país do Top 10 da Classificação de países por perseguição. Embora esse pequeno
país do Chifre da África tenha subido, isso só aconteceu porque outros países perderam pontos, ainda
assim, a situação deplorável dos cristãos justifica grandemente a posição entre os dez primeiros. O governo
eritreu restringe severamente a liberdade de religião para grupos não registrados e viola os direitos de alguns grupos registrados. Desde maio de 2002, as únicas religiões e igrejas autorizadas pelo Estado são: Igreja Ortodoxa Eritréia, Igreja Católica Romana, Igreja Evangélica Luterana e o islamismo. Qualquer um que
for pego adorando fora dessas quatro instituições reconhecidas, mesmo em casas particulares, está sujeito à prisão, tortura e pressão severa para negar a fé. A situação já lamentável piorou ainda mais em 2008. Durante anos, tínhamos o relato de que mais de 2.000 cristãos estavam presos sob condições terríveis,
mas recentemente os líderes da igreja na Eritréia disseram a Portas Abertas que cerca de 3.000 cristãos estão encarcerados por causa de sua fé. Uma campanha de prisões em massa por todo o país foi iniciada no fim de outubro. Centenas de cristãos evangélicos, entre eles mulheres e crianças de diversas igrejas não-registradas, foram presos. Diversos deles foram libertos sob fiança ao longo do ano, mas muitos, entre eles pastores e clérigos de ambas as igrejas protestante e ortodoxa, permanecem detidos em delegacias, centros militares, containeres de metal e prisões por todo o país. Nenhum dos prisioneiros foi acusado oficialmente ou teve acesso ao processo judicial. Em muitos casos, as autoridades policiais têm submetido os cristãos detidos a espancamentos e outros maus tratos físicos. Recebemos relatos em 2008 de que três cristãos morreram devido às péssimas condições da prisão e das terríveis torturas.

10. Uzbequistão
A situação dos cristãos no Uzbequistão continuou ruim em 2008. A constituição prevê liberdade religiosa,
mas na prática o governo e as leis restringem esses direitos. Atividades como o proselitismo, a importação
de literatura religiosa, e o ensino religioso particular são proibidos ou restringidos pela lei. Não houve novos
registros de casos graves, mas muitas igrejas tiveram que se reunir secretamente. Em maio, um programa
de TV chamado “Nas garras da ignorância” foi transmitido diversas vezes, nele, os cristãos eram retratados
negativamente. As campanhas na mídia contra os cristãos foram mais constantes e fortes. Alguns cristãos
foram detidos por um dia ou mais até pagarem as multas. Eles não apenas enfrentaram perseguição do
governo, mas também dos parentes muçulmanos, que exercem muita pressão sobre os novos convertidos.
Os cristãos tiveram o suprimento de água e/ou eletricidade cortados para serem obrigados a saírem de suas
cidades ou renunciarem a fé. As famílias cristãs foram ameaçadas e, então, mudaram de um Mahalla (bairro)
para outro. Os cristãos são forçados a sair de suas casas por causa das ameaças feitas pelas autoridades de
cada Mahalla.



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